Captar as pessoas dentro e fora dos segmentos

Captar pessoas de dentro e fora dos segmentos

Um erro comummente cometido, quando pensamos na criação de conteúdos, enquanto gestores de uma marca, é achar que ao definirmos um segmento, com determinadas características e interesses, estamos a excluir todos os restantes. Isso não é verdade.

Já tive discussões em que me diziam que precisavam de chegar a mais pessoas que um segmento, mas isso é um irrisória forma de vincar que não têm plano algum para a sua empresa e ainda têm dificuldade de, sequer, imaginar quem são os seus consumidores preferenciais. É claro que as marcas fortemente associadas ao surf são, essencialmente, para surfistas. Mas eu, que nado terrivelmente mal e tenho tanto jeito em cima da prancha como a minha avó na criação de flyers, também tenho roupas da Billabong no meu guarda-fatos. Eles comunicam, e sempre comunicaram, para uma faixa etária jovem, com paixão pelo mar e pelos desportos náuticos, nomeadamente o surf. Mas eu, que não pratico surf, não deixei de me sentir impelido a comprar roupas deles. Eles são referência no sector deles, apostam a sua comunicação para o seu segmento, e eu, mesmo fora de muitos dos parâmetros de segmentação, consigo encontrar pontos de fascínio neles. E esse é o segredo, meus amigos: sermos referências. E para sermos referências, desenganem-se, não podemos falar para toda gente. Temos que falar para os nossos, para os que nos decidimos a colmatar uma necessidade, porque esses é que nos vão reconhecer como fundamentais e trazer os outros – como eu com o surf -, que, não percebendo nada da área, compreendem que aquilo se trata de informação fidedigna, de confiança e que, por isso, podemos olhá-los como um exemplo.

A criação de conteúdos tem que passar por esta premissa: saber para quem falamos; para depois descobrirmos de que forma é que eles (o nosso público) falam, que termos valorizam e que informação procuram. Não devemos querer ser tudo para toda gente, porque o tudo está muito mais próximo do nada do que o especializado. Pensem nisso: nunca seremos tudo para toda gente – nem nas marcas nem na nossa vida.

Vejam o que os vossos consumidores procuram na internet e criem artigos sobre isso. Google Trends e Google Alerts são fundamentais para isso. Depois, se mesmo isso não resultar, vão, por exemplo, aos e-mails que recebem e seleccionem as perguntas mais comuns ou as palavras mais repetidas e criem conteúdos sobre isso. Se isso ainda não vos bastar, peguem em ideias e criem posts emotivos, com identidade, bem-dispostos, com uma mensagem que vos identifique e que vocês próprios partilhariam. O viral não tem uma fórmula, mas as marcas precisam ter. E o improviso só resulta quando há um plano por trás.

Agora, vou criar conteúdos. Beijinhos, abraços e espero encontrar-vos por aqui num próximo post. Ficaria muito feliz!

2 thoughts on “Captar as pessoas dentro e fora dos segmentos

  1. Assertivo….claro e preciso !!

    Mas sabes, amigo, que o principal objectivo das marcas, hoje em dia, é “likes” e mais “likes”, nem que não se tenha um conteúdo de jeito, ou sequer seja para aquelas faixa etária ou social.

    Primeiro atinge-se os “likes”, depois trabalha-se em função disso !!

    Como sabes trabalho em contabilidade e tenho uma pagina, para gerir da empresa, e os “likes” dão imenso jeito….mesmo que sejam de miúdos amigos dos amigos !! È evidente que o objectivo seria mesmo atingir a sociedade,para quem essa mesma pagina tem efeitos práticos, mas evidentemente se há-de lá chegar, nem que seja através de “likes” de terceiros !!

    Mas tens imensa razão, em como descreves a “coisa”….hoje em dia, a chamada “geração das coisas rapidas”, funciona de forma diferente, o que interessa é ser-se visto, agora se tem conteúdo ??? Não interessa….. e isso é errado, de todas as formas possíveis.

    Abracinhos

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    1. Amigo, este texto, por puro antagonismo, foi completamente despojado de qualquer técnica de criação de conteúdos. Não criei hiperligações, não citei autores relevantes, não usei a técnica de copy em losango, não tirei proveitos dos h1, h2 e por aí fora do WordPress, tão-pouco usei o negrito. Mas fi-lo por uma razão: a verdade das coisas não também pode gerar efeito. Admitirmos as nossas limitações é o primeiro passo para alcançarmos algo – definindo estratégias. E sabes o que consegui com este texto, completamente fora do que mandam as regras? Que estivesses aqui, a comentar e a elevar este post para outro patamar.
      Quanto ao teu caso específico, pensa numa segmentação para promoção da página de Facebook, por um custo pequeno, primeiro, para avaliares os resultados e depois poderes avançar para uma campanha maior. O que te falta é o impulso para criares o teu público, depois eu sei que não te faltam ferramentas para criares os conteúdos certos.
      Se quiseres, posso sugerir-te uma pessoa que te pode ajudar nisso, por um custo bastante interessante.
      Um abraço grande e obrigado pela participação!

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